Ambrosia do Prazer

Na penumbra dos meus gestos

O facho dos teus olhares

Revela meus contornos

Tuas mãos esculpem na imaginação

O toque que emerge incandescente

Ainda que quisesse dizer-te algo

Os teus olhares roubar-me-iam as palavras

Nos meus lábios silêncios consentidos

Indicam-te as compotas dos meus desejos

Para o percurso da tua boca

Minhas roupas em doce aquiescência

Curvam-se rendidas às tuas mãos

A fragrância da minha nudez

De braços estendidos busca

Um melhor ângulo para fotografar

O despir do teu sentir que me anseia

Entre os meus seios

Tua língua feito ambrosia

Degusta arrepios e delírios

Em meu corpo néctares de malícias

Instigam-te todos os sentidos

Soletras-me com a ponta dos dedos

Íntimo traçado que orvalha

Todas as letras que sabem do meu prazer

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 18/05/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T158486