Almas sem destino

No tempo em que não há Sol

escuras manchas cobrem o céu

às pragas desdobram-se corpos

míseros cantares sob um véu

flagrantes ninar de dores

acalentando sobras de vida

nefasta confusão de cores

querendo iluminar feridas

miseráveis vícios desfalecidos

nos quebrados cantos da sina

homens por deuses esquecidos

cantam lamúrias com alegria

brilhantes ventos do destino

neviscando os olhos tristes

de fatigadas almas em desatinos

persistindo em morte cega

emaranhado de vidas tortas

dourando a noite às escondidas

são brilhos de almas mortas

divagando em largas avenidas

miseráveis, todos somos

ante o véu da hipocrisia

incontida no descaso

reproduzido na ironia

Até onde irá este matírio?

Existirá mesmo o inferno?

Ou será que neste espólio

há luar para delírios???

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 18/05/2006
Reeditado em 28/05/2006
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