Dia de Fúria

Acende a tocha.

Me arrebate a névoa.

Abro, então, as portas da percepção.

Vou do sisudo

ao infinito.

Me dispo do canônico

que nos cerca

e navego catatônico

no universo de ondas tortas.

Os que falam,

que me batem

e se calam.

Os que, de tudo,

são um pouco

nada levam sobre

a coroa de espinhos que carregam;

em cima da carne

seca e morta

desse universo -

pequeno mundinho

que nada produz,

senão mentiras.

Têm inveja por não ousarem.

Por não tentarem

viver como anseiam;

ser como são.

Têm medo de perderem

o caminho que é certo;

sair da constante

e medíocre vida.

Têm medo de andar,

querer um passo após o outro.

Em vez disso,

sentam-se Caóticos

nos tronos de fineza,

que constroem as máscaras que os vestem.

São medonhos e temerosos.

Estão aos pés de celuloses

que limpam meu rabo

fétido e malcomido.

Eu tô fudido e malpago;

estou à beira de um colapso.

Preciso ver de novo o sol,

que eu via quando mentia.

Mas não sei se devo retornar

ao que passou

e já não existe.

É melhor seguir andante.

O que quero é ver o Novo.

Por isso grito a quem

não vem.

Deixo a quem

me quer.

O ser humano é livre pra

se permitir e querer

ser o que vier.

Ora, o que vivo e escolho

é muito meu

pra ser de todos.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 13/05/2009
Código do texto: T1591431
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.