Os sinos do quarto sem vento

O sopro estático invade

O cômodo preenchido

Por um ar pulsante.

Acelera o movimento

Do pêndulo ébrio, oscilante

O qual o som alimenta

Preenchendo o espaço

Paralelo ao sangue

Invadindo, inundando...

O peito do amante.

Aquele som harmonico

Nos envolve intensamente

Como as carícias

Da eterna virgem

Cujo seio acalentamos

Nosso último suspiro.

Som que percorre

Envolvendo completamente

Todo o espaço

O vácuo ambiente.

O pêndulo ainda vibra

E os sinos também vivem

Unidos em sua orgia

Dão vida ao ambiente

Onde seu canto cria formas

Que ali estiveram

Em um passado esquecido

Histórias apagadas

Cessam ao fim da música

Esperando apenas

QUe os sinos lhes dêem

Mais um sopro de vida...

Salomão Santiago
Enviado por Salomão Santiago em 13/05/2009
Código do texto: T1592524
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