Desejo

Ando cansado de ser normal,

De ser livre, ser moral

Me limitando mais a morrer do que

Propõe de fato a vida.

Viver.

Sinto falta de você,

Que não conheço,

Queria revolucionar o mito

Beijar na boca em rito,

Sentir um corpo pelo cheiro,

Fazer poesia pelo toque,

Erguer um ao outro pelo calor,

naquela febre inevitavel

De uma paixão sem medos ou limites.

Os meus olhos hoje estão embaçados,

Por ter sido criado para andar como

Robô educado a servir a um sistema

Ignorando a razão do mundo em movimento.

Meu amor!Meu amor quanto tempo

Deixei de dizer que amo você.

Por isso meu Deus!...

Quem é você?

Quem sou eu?

Quem somos nós?...

Depois dessas leis.

A minha liberdade está comprometida,

Quando as minhas ações

Vão de em contro ao estado das coisas.

Não me importo com os outros...

Com a miséria, essa pobreza e a dor,

Quando estou em minha casa.

Mas espere ai!...

Pobre tem que ser pobre?

Feio tem que ser feio?

Passamos a vida

Carregando pronto os mortos,

Pra chorar, pra comer, pra ser, pra ter.

E só o que precisamos é de mim e de você.

Ainda não encontrei a luz no meu espelho.

E você?...

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 14/05/2009
Reeditado em 14/05/2009
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