Desejo
Ando cansado de ser normal,
De ser livre, ser moral
Me limitando mais a morrer do que
Propõe de fato a vida.
Viver.
Sinto falta de você,
Que não conheço,
Queria revolucionar o mito
Beijar na boca em rito,
Sentir um corpo pelo cheiro,
Fazer poesia pelo toque,
Erguer um ao outro pelo calor,
naquela febre inevitavel
De uma paixão sem medos ou limites.
Os meus olhos hoje estão embaçados,
Por ter sido criado para andar como
Robô educado a servir a um sistema
Ignorando a razão do mundo em movimento.
Meu amor!Meu amor quanto tempo
Deixei de dizer que amo você.
Por isso meu Deus!...
Quem é você?
Quem sou eu?
Quem somos nós?...
Depois dessas leis.
A minha liberdade está comprometida,
Quando as minhas ações
Vão de em contro ao estado das coisas.
Não me importo com os outros...
Com a miséria, essa pobreza e a dor,
Quando estou em minha casa.
Mas espere ai!...
Pobre tem que ser pobre?
Feio tem que ser feio?
Passamos a vida
Carregando pronto os mortos,
Pra chorar, pra comer, pra ser, pra ter.
E só o que precisamos é de mim e de você.
Ainda não encontrei a luz no meu espelho.
E você?...