SUJEITA

despertada,

em meio a pernas e braços,

eis-me tu:

inteiro, em mim!...

Íntima da tua alcova,

nasce em mim um cheiro de completa

[todas as mulheres deveriam ter cheiro de completa]

tu,

a me acordar

– e a me trazer –

a um estado de submissão quase indescritível

– Quero-me submissa! –

[todas as mulheres deveriam ser inteiramente submissas]

se me levantar,

procurei condimentos raros para tu provares

lá no almoço

que prepararei, em nossa cozinha,

enquanto te trarei os chinelos que deixaste, displicentes, ao pé do armário

[custarei a levantar]

se o telefone tocar

– certamente, a mamãe –,

direi a ela que não és nadinha daquilo que ela está a pensar:

quanto precisam mais te conhecer!...

[custarei a atender]

a ninguém direi que abandonarei estudo e emprego,

passarei a me manter com teu salário,

dependerei de ti até no salário,

e viverei unicamente para ser de ti, a comida

– Quero-me submissa! –

[todas as mulheres deveriam ser inteiramente submissas]

enfim,

sujeita a ti

– incondicional –,

a única mulher com cheiro de completa em tua alcova

e tu,

inteiro em mim,

a me trazer a um estado de submissão completamente indescritível!...

– Quero-me, cada vez mais, submissa! –

Djalma Filho
Enviado por Djalma Filho em 15/05/2009
Reeditado em 01/09/2009
Código do texto: T1596730
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