Grãos de Areia

Grãos de areia,

Somos nós

Frágeis organismos

Arrastados pela tormenta

Quem é que agüenta assim

Tanta pequenez?!

Somos o nada do fim da fila

O resto da fome digerida

O cachorro abandonado

Com cara de freguês

Freguês desse vazio absurdo

Que nos coloca

Ora salvando

Ora destruindo o mundo

Cuspindo no nosso único prato:

A mãe Terra,

Preparando a nova refeição

Selando com um beijo duvidoso

O fim de nossas vidas

E de outros tantos

Em nome do poder

Em nome da nossa própria ambição