Amar sem mãos, sem boca?
Amar sem ciúme, sem transgredir?
Murmurar silêncios de voz rouca
e jamais me espargir?

A realidade me faz ver quimeras.
O tempo deixou estas marcas,
ajudando-me a conciliar, (de veras)
intelecto e sentimentos, há tanto, em arcas.

O corpo é efêmero... sem recolhimento;
mas esta, sempre jovem, alma,
solta a pandorga do pensamento;
nem o deus mais poderoso a acalma.

Me acenam novos sonhos.
Águas desconhecidas.
Porém, sem monstros medonhos,
ou vontades feridas.

Vogo nas profundezas da crista
contente por tanto sentir.
Quero que a germinação persista,
tu és hoje, a ilusão o porvir.

Rosa DeSouza
Enviado por Rosa DeSouza em 17/05/2009
Reeditado em 18/05/2009
Código do texto: T1599918