Rebuscar

Você chegou como uma tempestade de verão, espalhou uma chama que me embriagou.

Espalhou cinzas embrutecidas no céu de minha boca.

Rasgou e desnudou a possibilidade de um sonhar, de uma porta fria que ultrapassa o olhar.

A boca que queima na escuridão da noite de um querer marginalizado, desligado, retorcido.

O veneno que escorre na direção do coração, no resguardar palpitado e amputado que ferve no fel de uma ilusão.

Paredes em transe, fechadas e endurecidas no encimentar da noite palpitante, dilacerada, enlameadas com o frio do amanhecer.

O olhar frio, dsnudando e rebuscando o corpo que pende em navalhas afiadas, entrecortadas, dilaceradas.

Buscar, rebuscar pelas mãos embrutecidas de um beijo teu.

Rasgo a alma em busca do mágico engano de uma dor voraz.

Dor, dissabor, devorador, devastador...

Fecunda...

Desnuda...

Melosa...

Aborta...