Plagiando Gullar...
Imagem pesquisada na Internet.
Trecho de poema sujo
(Ferreira Gullar)
(trecho inicial)
turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo (não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/porelemesmo/poema_sujo.shtml?porelemesmo
Azul a inocência que grita agora,
sem eira nem beira na luz da história
Azul a decência do lábio molhado
que confessa enfim ser mais um desnorteado
Azul a imensidão que não cobra respeito,
mas acende e recente os velhos conceitos
Azul esta esfera do nada e do tudo
que quando acelera é o caos sobre o mundo
Azul a certeza da sábia realidade
e quando acorda é naufrágio e vitória...
Azul a minha vontade de gritar absurdos
que antes de tudo são meras verdades
Azul este corte de hálito e sonho
repleto de mim e é tudo o que tenho...