Balada do viver

“Agora já não pergunto mais aonde vai a estrada”

Depois de tantos caminhos seguidos

De tantas idas e vindas

O punhal, a faca

O fio da lâmina que marcou minha vida

Fez seu belo trabalho

Entalhando-me em carne viva

A condição máxima de toda a nossa existência

Que é viver a vida sangrando

Segurando a barra

Para ver nascer um novo dia

Sermos nós mesmos

E sermos tantos

Em cada golpe de pedra

Em cada estalo de graveto

Em cada ponta de espinho

Seguindo sempre o caminho

Que alguns chamam de sina

E outros tantos de destino

Mas que sobre tudo

É no calor desse ninho

Que nós nos tornamos mais vivos