Sombras

Estávamos lá, na pedra do inferno, sentados.

Atrás de uma lápide.

Teu corpo junto...

Minha boca amordaçada num amálgama,

Meus dentes soldados

No aço do pecado.

As sombras da nossa indecência,

Projetadas sobre os pedaços

Do que chamava minha inocência.

Expostos ao mundo...

Nunca tive tantos parentes,

Nunca tive tantas mães, pais, padrastos

Que me olhassem diferente

Eram olhos que me censuravam:

Nunca tive tanta importância

Nesses últimos instantes.

E minha alma fugitiva,

Escondendo-se nos escombros da vileza,

Enquanto meu corpo sorria de volúpia

Arquejado sob tua forma satânica,

Absorvendo tua língua de fogo.

Amarrados um ao outro...

O calor dos luxuriosos.

Minha alma aos prantos

E nossos corpos absortos.

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 25/05/2009
Reeditado em 25/05/2009
Código do texto: T1613984
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