labirinto

Acontece que estou triste

E não sei o que fazer

Não faz sentido

Não tenho tanto tempo

E ela, a tristeza, está superior

Teima companhia

Agora entendo

Satélites

Programas de treinamento

Maternidade

Futuro

E tantos muros!

Estão me alistando numa frente

Que não é minha

Que é de ninguém

Guerra insana

Insanos guerreiros

Morrendo cedo

Por nada!

Eles não descansam

Nunca

Mesmo sentados

em suas latrinas

Estão sempre pensando

Maquinando

Movendo os mapas

Mesmo quando dormem

Eles não conseguem parar

E os mapas do labirinto

não apontam a direção

a saida

Como sair

se até me sinto confortável

se até tenho sonhos!

Triste!

Os papéis!

Estão mais importantes

que a existência

E eu não consigo comemorar

cada medalha

Talvez eu devesse aprender

Talvez eu me sentisse menos só

Talvez eu recebesse menos farpas

destes olhares

Impiedosos

Perversos

E eu só consigo fazer uma leitura

Medo!

E tenho armas apontadas

para a minha cabeça

Prontas

Engatilhadas

Eles não percebem

Bem perto do meu peito esquerdo

tenho um coração

Ele pulsa!

Não sei mesmo se eles imaginam

a remota possibilidade de eu ter um

Loucos

Estão aos berros

Eles não entendem

Impossivel guerrear

Não detenho armas

Derrubaram os meus peões

Domaram os meus cavalos

Dominaram minha rainha

Estão tomando as minhas torres

E eu não tenho bispos em meu tabuleiro

Eles não percebem

Estou desarmada

em território insólito

E nem que eu estivesse

armada-até-os-dentes

aceitaria a contenda

Prefiro depor armas

quando todos já enlouquecidos

traçam estratégias

Suicidio

Genocídio

Fim de um Mundo

Nova era

De cá

Espero

Até um milagre!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 25/05/2009
Reeditado em 16/06/2011
Código do texto: T1614735