Morte do tempo
Perdi a noção de tempo
esqueci de controlar a hora
não olhei, sequer, para os ponteiros...
a vida, deixei ir embora,
do acaso, fiz meu fiel escudeiro;
O meu tempo, tornei passatempo...
joguei tudo fora,
viajei sem roteiro
e, agora...
muito tarde para reclamar!
Embalado pela sorte
que hoje veio cobrar,
nada resta, que não seja chorar,
o amor que não veio
ou, que eu não quis aceitar...
Sigo, como simples passageiro,
seguindo o meu próprio cortejo
da solenidade de morte,
do amor, que esteve a me espreitar
e, que, somente agora vejo,
esteve no tempo, que deixei acabar...