A vida

A vida passou derrepente

E foi levando os meus brinquedos

Na curva do rio levantou um muro

Escondendo os meus segredos

Devastou o bosque onde luziam

As imaculadas margaridas

E foi cuspindo sangue e lágrimas

Abrindo-me em feridas

Então adormeceram os sonhos

Que eu quís sonhar em demasia

E transformou em pobre pantomima

Pequenos momentos de alegria

Engraçado quando me dei conta

Da semelhança entre noites e dias

Escorrendo-se entre meus dedos

Em horas fugidias

Pensei que fosse eternamente jovem

E não me levasse os belos anos

Pobre de mim que acreditei em tí

Velha senhora, mãe dos desenganos!