TEMPO

Que veloz passa, diante dos olhos

Já cansados das agonias vividas,

Em uma vida sem razão de ser.

Tempo que se perde não sei onde,

Que foge para algum lugar,

Ou para lugar nenhum.

Sinto que por entre meus dedos,

Não só o tempo foge...

Foge também minha esperança,

A vontade de lutar pela vida...

Vida que já não tem sentido.

Não sei... talvez não queira saber,

Qual o real sentido de meu ser.

Existe em mim uma guerra,

Para enfrentar ou desistir,

Da luta contra este tempo...

Tempo que passa veloz,

Que não murmura, não tem voz.

Eu parado, estático sem saber,

O motivo da minha existência,

É uma batalha que luto, guerreio,

Porém sem objetivo, sem amor.

Sinto não saber por que existo.

Luto em uma guerra perdida...

Perdida por não saber,

O motivo pelo qual luto.

Sou um covarde que foge...

Foge do destino e do tempo...

Tempo que não persegue,

Que passa veloz, sem se mover,

E eu que tento fugir...

Fugir não apenas de um destino,

Mas de mim por não saber,

A realidade... ou por não querer,

Dar o braço, a torcer... simplesmente

Por uma teimosa ambição,

Ou por um amor que se foi.

Tempo que passa... que passa no tempo.

Eu parado, imóvel sem saber,

O motivo pelo qual vivo,

Amo e odeio me alegro por fora

Por dentro, choro, lágrimas de dor...

Dor que tento esconder,

Por não gostar de mostrar,

Que no fundo sou humano,

Que tenho sentimentos,

Os quais tento não demonstrar,

Por julgá-los minha fraqueza.

E o tempo continua a passar,

Eu continuo sem saber por que...

Porque vivo, existo, respiro

Tomando o lugar de alguém,

Que saberia melhor usar...

Usar o tempo que desperdiço.

Sinto sede de saber, de evoluir,

Só não consigo me entender,

Minha fraqueza escondo, com sorrisos,

As lágrimas rolam por dentro,

O motivo não consigo decifrar,

Sou rude, grosseiro para encobrir

Sensibilidade, delicadeza, amor.

Sei que não sou feliz,

Por motivo simples... o amor...

Amor que Com o tempo partiu...

Se amar alguém tento esconder

Partiu o amor e o tempo passa...

Passa mas o amor ficou,

Gravado no meu coração.

Tempo maldito... maldito tempo,

Que veloz passa, levando para longe,

Um amor que não esqueço.

Fecho com força as mãos,

Luto com inimigo invisível,

Inimigo que é o tempo,

Que passa veloz por mim,

Ou o inimigo que sou eu...

Eu inimigo de mim mesmo,

Que não tenho coragem de resistir...

Resistir, enfrentar esta vida,

Que já não tem sentido,

Vida que me faz sofrer,

Vida, que vivo sem saber por que,

Vida por onde passa o tempo,

Sem parar, incansável, indestrutível.

Sinto dores, cansaço, angustia,

Paro, nada vejo além da escuridão...

Escuridão em um dia de sol,

Escuridão que me envolve por dentro.

Sinto que é chegada a hora,

Se não existe motivo para viver,

Ou, vontade de lutar, devo parar,

Deixar o tempo passar,

Entregar-me ao invisível inimigo,

Sem resistir sorrindo na tristeza,

Sabendo que se finda o tempo...

Tempo que passa... passa veloz.

E eu que parei... parei de lutar,

Por um amor, pela vida,

Aos pés do tempo caio lentamente,

Tempo que continua a passar...

Passar para os outros,

Pois para mim ele chegou,

Sinto que minha luta acabou,

As dores e agonias se foram,

O amor permanece até o ultimo...

Ultimo suspiro que está chegando.

Amei alguém... Esta foi a razão de viver,

Soube segundos antes de findar meu tempo...

Ernesto Ehmke
Enviado por Ernesto Ehmke em 27/05/2009
Reeditado em 31/05/2009
Código do texto: T1617246