Rosa ousada
A rosa melancólica se despedaçou,
E as pétalas foram com o vento que as levou,
Jogando-as num terreno baldio...
Formando assim um amor tardio
No coração de quem nunca amou...
No terreno em que nenhuma rosa ousou
Fazer morada, habitar...
A rosa ousada decidiu brotar.
Correndo riscos, porém com brio
A rosa habitou o coração sombrio
E assim se fez feliz a melancolia,
E se fez fértil a terra vazia,
E se fez amor da melancolia,
E se fez amor na terra sombria.
Era uma vez a lágrima e a dor...
Delas nasceram um grande amor,
Numa terra onde o horror
Zomba e faz piadas de tal sentimento.
Que na verdade é quase inexistente
Na boca de toda essa gente,
Que vulgariza e ridiculariza palavra tão bela,
Como a caricatura de uma fera.
O que na verdade é errante,
Para o relato de um coração amante.