Prosa madura de mãos e cabeças

Prosa madura de mãos e cabeças

Tateei seu corpo

com minhas mãos nem muito rápidas ,

também nem muito lentas.

Tateei seu corpo

como ele pedia.

Disputei seu corpo

entre minhas mãos

e nossas cabeças pouco convincentes,

milenares.

À beira do indelével,

envolto em mistérios,

o tato gerava um som

gemido.

Besuntei de idéias a cabeça,

excentricamente besuntou a sua.

Mergulhava o rosto em mil cabelos,

enquanto minha coragem

cultivava pequenas taras.

Havia cumplicidade de mãos e cabeças

com tal vivacidade.

Mas entre as descrições das mãos,

minuciosas,

e as cabeças de milenar recheio,

faltou espaço.

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VI Concurso Literário - 1986- Sorocaba Fac. Filosofia - Literatura brasileira.

1º lugar

Miro Camargo
Enviado por Miro Camargo em 10/05/2005
Código do texto: T16183