DIVAGANDO NAS ONDAS DA POESIA

Ao poeta, de amores vividos...

De todas as partidas, a mais dolorida

É aquela que acontece sem adeus...

A inexistência de um final definitivo...

Deixa sempre uma porta entreaberta

A poesia torna-se fonte...um lenitivo

A calar as dores implantadas no ser

Deixa-se acontecer a vida...

Abre-se um oceano diante dos olhos

Águas ora violentas, ora morosas...

Consentem a saciar almas sedentas...

Abrem-se a receber todos os lamentos

O entusiasmo criador emerge do ser

Aplacando reais e ilusórios tormentos...

Como o naufrago, a extasiar-se ao ver

Distante,no horizonte... barco salvador...

Poeta que busca o amor perdido,

Navega nas ondas dos teus versos

(Onde outros também irão mergulhar)

Faz da tua dor legítima ou imaginária

Uma semente de alívio ao sofrimento

De quem ao teu estro procurar!