O Vôo do Colibri

Desolada e infeliz com minha vida

Coloco-me debaixo da água fria

A crer que nada mais me restaria

Pois em um ano nunca fora ouvida

Saio do banho toda esbaforida

Despejando arsenal de versaria

E no ápice total de alarvaria

Vejo-me no espelho refletida

Noto agora a beleza desta imagem

A rorejar aljôfar prateado

Sinto o meu coração descompassado

Pulsando a despertar alma selvagem

Tez eriçada, rosto sem maquiagem

Ventre livre e o corpo embriagado

Doces curvas, regaço perfumado

Pura tentação à libertinagem

Num consciente ímpeto de loucura

Atiro-me ao espelho e sugo-me a alma

Dos conceitos me dispo por m’nha palma

Convido-me a gozar desta pintura

Com minha amante faço uma aventura

Toque, prazer, deleite que me ensalma

Satisfação perfeita que me acalma

Com meu novo amor sinto-me segura

(Parceria com Marco Hruschka)

Luigi Ricciardi
Enviado por Luigi Ricciardi em 30/05/2009
Código do texto: T1623563
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.