Entranças

Por que me apraz vasculhar

Tua boca, língua e saliva

E dentes, restos, culturas?

Por que me alegro em teu útero,

Frenético, indo e vindo sempre,

Se não é minha morada?

Por que encontrar esse alento

Fugaz, quimérico em ti

Se não te tenho no todo?

Que há de me ser segurança

Se não me posso fiar

Nos teus dizeres mais íntimos?

Será por que, ao serenar,

A par de teus sentimentos,

Seguro mesmo é o sustento?

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 01/06/2009
Código do texto: T1627428
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