CAMPARI
 
Sentado,
Meio caída,
Acabei de sentar.
Na vida?
No bar?
 
Campari,
Cada trago
Repassa a vida:
Vermelho-sangue, gelo,
Rodelas de limão;
Começa doce,
Depois se revela amargo.
Mas fui eu quem o pediu
Ao garção.
 
Mesa de bar,
Copo e vida.
O meio cheio do copo
Completa o meio vazio
Da vida.
 
A gruta falta à montanha
E é assim que eu o sinto –
Campari –
Como algo pitoresco que me faltasse.



Sugestão de leitura: "Anos de Vigília"