Minha musa!

A noite está fria.

Tenho corpo gelado.

Não sei como ainda existo.

Tanto que eu gostava

De escrever outras coisas,

Mas tu, musa traiçoeira, que me deixaste.

Abandonaste-me, quando eu

Mais precisava de ti!

Que vou eu fazer, sem a tua inspiração!

Ainda estou gelado.

O meu corpo não reage.

As pessoas passam,

E nem pensam o quanto eu sofro.

Fico uma noite a seguir á outra.

Utilizando o mesmo cartão como colchão!

Os mesmos panos como almofada!

Para cobrir, uma fina manta,

Que deixa passar o frio

Pelos buracos que já tem.

Mas musa minha,

Vem, eu preciso da tua ajuda!

Eu quero escrever.

Quero dizer a todo o mundo,

Que embora gelado,

Estou vivo, e bem vivo!