O PASSEIO DAS ÁRVORES

Nem tendo todo mundo em minhas mãos

Eu seria completamente feliz

Faltaria ter o mundo que eu sempre quis

Sobrariam dias, tardes e noites,

Restaria um lenço dourado

Ou um cálice de sangue

E o futuro surgiria na face do passado,

E as árvores voariam sobre os pássaros

E o rei se curvaria aos seus servos

A vida seria eterna para se viver

A razão seria fácil de se entender.

O meu caminho seria sempre um labirinto

E quem tentasse seguir meus passos

Perder-se-ia na própria sombra, nos segredos,

Tentaria mudar o que nunca existiu

Repetiria as mesmas frases repetidas

Seria apenas um olhar que nunca a si viu,

Um mundo com dúvidas sem respostas,

O mágico cinema dos bonecos de pano

O trágico medo de um novo engano,

Um jardim em meses de inverno

Um mundo perdido ainda sem dono.

José Borges Neto
Enviado por José Borges Neto em 05/06/2009
Código do texto: T1632625