Prostituta

Conhecestes a verdade,

não das tradições,

nem dos livros.

A tua verdade.

Que te permitia morrer,

por sentido encontrado,

que junto de ti,

derrubava os muros;

teu sangue escorria.

Conhecestes a verdade,

não dos olhos outros,

nem das vozes várias.

A tua verdade.

Que te permitia sonhar,

por ausência suprimida,

que junto de ti,

construia pontes,

prazer fragoroso;

tua paz era inquieta.

Agora,

ausente de si mesma,

és cópia da cópia,

gosto de nada, teu caráter,

não enxergas, não ouves, não vês,

perdida,

com o rosto de outro.

Tiago Branco
Enviado por Tiago Branco em 26/05/2006
Código do texto: T163596