Prostituta
Conhecestes a verdade,
não das tradições,
nem dos livros.
A tua verdade.
Que te permitia morrer,
por sentido encontrado,
que junto de ti,
derrubava os muros;
teu sangue escorria.
Conhecestes a verdade,
não dos olhos outros,
nem das vozes várias.
A tua verdade.
Que te permitia sonhar,
por ausência suprimida,
que junto de ti,
construia pontes,
prazer fragoroso;
tua paz era inquieta.
Agora,
ausente de si mesma,
és cópia da cópia,
gosto de nada, teu caráter,
não enxergas, não ouves, não vês,
perdida,
com o rosto de outro.