A INVEJA

A inveja é terrível

Tão astuciosa

E ardilosa

Que só quer devorar

E esmagar

Aos pequenos

Com seu olhar tenebroso

E cheio de veneno

Como seu paladar

Ela não tolera

O sucesso alheio

Pois seu coração

De rancor está cheio

Suas palavras são mordazes

Seus pensamentos, velhacos

Deixando-os mais torpes

Como seus loucos sequazes

E cheios de ascos

Ela é o eixo secreto

De nossas ações em aberto

E se esconde no canto

De nossa mente e, portanto,

É sutil como a gente

E feroz – como uma louca serpente

Com suas palavras mudas

Sentimos a dor

Dos seus olhos o grito

Do seu rito – o rancor

De suas intenções imundas

Oh, Inveja, o que pensas?

Que o mundo é teu reino

E de tuas amigas perversas?

Loucamente te enganas

Se tuas idéias insanas

Vão ficar imponentes

Em tua podre mente

Pois a tua perversidade

E as obras do teu paladar

Vão perder o gosto e a vaidade

Que são pura maldade

E tua fonte a secar

Até te tornares um pó

Sem merecer compaixão

Nem uma palavra de dó

Serás sepultura

De uma louca paixão

Sem uma alma que perdura

E sem amor no coração.