O EXÍLIO DO IMPERADOR SEGUNDO PASSOS MAIA
Osvaldo André de Mello*
O Imperador, Dom Pedro II, expulso a desoras,
abandonado por alguns amigos, amado de muitos,
sem uma queixa, sem um lamento,
foi a caminho do desterro,
o estoicismo de um romano, por cima
da imensa ingratidão de um povo inteiro
- leva um pouco de terra do Brasil
para repousar sua morte –
e nem sequer lhe passou pela cabeça
o brado indignado de Scipião, o Africano.
*Osvaldo André de Mello nasceu em Divinópolis, estudou Artes Cênicas no Teatro Universitário em Belo Horizonte e voltou para Divinópolis, onde se formou em Letras. Sua primeira publicação foi aos dezenove anos, com A Palavra Inicial (1969), e o poeta publicou ainda Revelação do Acontecimento, Cantos para Flauta e Pássaro, Meditação da Carne, e A Poesia Mineira no Século XX, entre outros. No teatro, dirigiu peças de grandes autores, como T. S. Eliot, Nelson Rodrigues e Emily Dickinson. É responsável pela montagem e direção do espetáculo APARECIDA NOGUEIRA IN CONCERT.