CARTA DE COMPROMISSO
uma da madrugada,
vinte nove de novembro de dois mil e oito:
dia de dizer não ao amor pela metade,
dia da aproximação definitiva!
longe,
sem saber medir o tamanho exato da distancia,
ausente, sem ninho,
[sozinho]
inconformei-me com os travesseiros sempre postos ímpares
[o mundo é par]
e, tudo o que é par vira cantiga,
a mesma cantiga de dividir com quem se sabe cantar...
longe,
pude entender porque os casamentos – quase sempre – não são definitivos,
casais, quando enfim casais, deixam-se numa distancia tão curta,
que qualquer espaçozinho se torna liberdade
é madrugada,
mas não irei te pedir em casamento,
[é tarde]
a aproximação, definitiva,
suficiente...
longe,
nem imaginarias que eu estaria aqui em tão pouco tempo
vinte e nove de novembro de dois mil e oito,
uma da madrugada:
dia de dizer não ao amor pela metade,
dia da nossa proximidade para todo o sempre,
seja na alegria ou na saudade.