Prazer de estar sozinho

Olhando em volta nada me interessa.

Os outros querem, mas não tenho pressa.

A vida mostra o que é mais direito.

As coisas fluem sempre do meu jeito.

Se uma companhia tenta conquistar

eu logo vejo que essa alma é o azar.

Esse interesse logo me incomoda,

deixando apenas uma imagem torta.

Vejo a corja inútil vagando pelas ruas,

com a ansiedade de estarem nuas,

mas não me comovo com o que não presta.

A verdade é que apenas eu sou o que me resta.

A face exposta tenta inquirir,

enquanto não julgo, só estou a ouvir.

Se a minha forma é o preconceito,

então o que seria seu estúpido jeito?

A grande ironia em toda essa idiotice

é a pose infantil na falsa beatice,

de quem ostenta uma presença de merda,

enquanto a podridão é sua rota certa.

Ainda não descobri porque perco meu tempo

dizendo uma parte das coisas que penso,

mas sei que o que digo descreve sua escória,

essa falsa existência que não serve pra história.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 14/06/2009
Código do texto: T1648116
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