Versos binários

Vicio-me em cada verso que eu faço

arrebatando mundos, tecendo palhaços,

criando asas.

Da dor tiro os versos tristes

que sem o poeta inexistem

e não se fazem poemas lagrimados.

Se sou triste nem sei,

mas sei que não sou de tudo alegre

porque sou poeta,

sinto a dor da festa,

faço tristes versos.

Vicio-me também com a alegria.

Quando um sorriso chega,

sinto alforria,

e cansado já, depois de engendrado o poema,

faço mais versos tristes, peço licença e saio!