Portas Abertas

Ouço...

Parece a porta.

Acho que estão batendo.

Passa o tempo e bate mais forte.

Me bate a curiosidade de ver quem é.

Me bate a vontade de saber o que é.

Mas pode ser eu mesma.

Talvez, minha vontade de ser alguma coisa.

Talvez, minha vontade de viver alguma coisa.

Talvez, eu mesma do lado de fora.

Tentando ver de fora o que posso ser lá dentro.

Batem na porta.

Vou ver quem é.

Pela fresta, gosto do que vejo.

Pode entrar.

Pode ficar, se quiser.

Por enquanto, pode sentar...

Ficar à vontade...

Vou pegar um café.

A solidão é um tanto fria.

E, ainda, são noites de inverno gelado.

Pode ficar até chegar o verão...

Pode ficar... até eu descobrir o que somos.

Se sou eu mesma... ou se é alguém.

Fique, pelo menos, até entender porque na minha porta batem.

E depois...

...Depois é depois...