ULTIMA VIAGEM

Cedo da noite é como uma câmera de gás

Falta ar, sobra agonia, comerciais semanais,

E nada disso tem sentido

E tudo isso deve ser castigo,

Por eu querer enxergar entre os cegos

E por eu ver, conviver em outros mundos.

É hora de ligar a TV, não é hora de voltar atrás,

Chegou a vez de você, sentir o medo que me satisfaz,

Faça seu ultimo desejo

Perdão, piedade, tanto faz,

Dê adeus aos que ainda te protegem,

E olhe na cara dos que te enlouquecem.

Foi seu ultimo dia, sua ultima viagem,

É sua ultima tarde, é um curta-metragem,

A noite já se vai

E a névoa cai,

Sobre teu corpo que é tão delicado

Sei que logo vou estar ao seu lado.

José Borges Neto
Enviado por José Borges Neto em 18/06/2009
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