Avaliando sempre...

Palavras simples ou complexas

não mostram tanto da alma agoniada...

Os olhos, sim, no verde ou no castanho,

trazem a marca da poesia amargurada...

Foi-se o tempo da colheita abençoada...

Foi-se o tempo das manhãs de sol...

ou da chuva respingando na janela...

Hoje, a noite chega demonstrando

que a vida é pouco mais que uma tijela...

Lutas ao longo da jornada desta vida...

Buscando acrescentar um quase nada...

É quando se percebe que vivemos

numa cela da alma desterrada...

Vemos passar o tempo como o vento

despenteando a cabeleira agitada...

Sonhos de luz guardados nos provérbios,

em que se desmantela a madrugada...

Nasce o dia e o novo não sucede

o anterior, que passou cheio de dor...

Ainda, acreditamos que um dia

ressurgirá cantando o nosso amor...

Nada foi tão perfeito, tão bonito,

quanto o ideal da juventude que passou...

Os planos sucederam às conquistas,

mas tudo não foi mais que um desamor...

Do infante que chegou cheirando à flor,

à mão que tremula sem pavor,

tudo é um pulo, nada mais que um instante...

Mas a gente não entende e se afoga

no pingo d'água que transborda em desfavor...

E continuamos a pensar que o tempo muda

a face triste que no amor desabrochou

a lágrima escondida da saudade

de um tempo longe, guardado com carinho,

mas que o véu da tristeza não mostrou...

Apagada a chama da paixão,

tristeza e mágoa foi tudo que restou.

(às 17:51 do dia 19/06/2009)

Mariza Monica
Enviado por Mariza Monica em 19/06/2009
Reeditado em 19/06/2009
Código do texto: T1657201
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.