MÁGOA DE POETA
MÁGOA DE POETA
Sou poeta e sou profeta.
Tenho mente, coração,
Alma nobre e vida pobre.
Sou cristão.
Minha vida é sem guarida
E, por tudo o que passei,
Durmo a sesta na floresta
Como um rei.
Levo a cruz, pois me seduz.
Lá do espaço sideral,
Amo a lua que flutua
Sem igual.
Meu destino é desatino,
Sem juízo e sem razão.
Tem meu peito, já desfeito,
Solidão.
Do meu verso, tão reverso,
Cada rima é sem sentido.
Do futuro, tão escuro,
Só duvido.
E se o pranto faz um santo,
A minh’alma se conforta
Pois o mundo, vagabundo,
Só me aborta.
Não aceito preconceito,
Não tolero ingratidão.
O meu berço eu não esqueço,
Foi o chão.