METROPOLITANOS - I

Caminhos dantescos, sinais alucinados

Uma veia calógeras, colagem abstrata

Quantas partes divididas entre a escada e os vidros

Um carro capotado na esquina

Crasso e diletante, barracas ao léu

Verde no cinza-prata, ouro

Ácida chuva, outro risco, é o céu

Uma nova vassoura com pêlo de touro

Trilhos e tijolos, um rápido Cometa

Um cara balança a bunda, whisky no copo

Moedas de colecionador, um troco que falta

Beijo roubado, um tapa, um soco

Tesão de novembro, sua blusa mostra o seio

Ninguém tira o sarro, ela é dele

Páginas amargas, solidão de voleio

Carrancas para essa coisa de pele

Sonsa comida, mais um copo vazio

“Sampa” escondida, um laço febril

Largados na praça, de párias a vadio

Estampas surrados no mês de abril

E me brilham os olhos, é cheia a Lua

Tráfego insano, volta tardia

Cama e lençóis, você toda nua

Gozos prolongados na casa vazia.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 13/05/2005
Reeditado em 17/11/2006
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