EU, POEMA

Sou o que bebo,

o que como

e o que fumo

Sou aquilo que vinga,

o que morre

e o que geme

Sou o que o vento leva,

trás,

e tudo aquilo que se assenta

Sou o instante seguinte,

a estação que passou

e o trem que ainda nem chegou

Sou aquele que planta,

colhe,

e também a geada

Sou a dor que não é minha,

quem cega e afia a lâmina,

e o corte

Sou a vaga lembrança,

a amnésia profunda

e a mais viva recordação

Sou o beijo não dado,

o sono pós-gozo

e dos amores, o mais improvável

E eu sou o tudo,

o nada

e o que não pode ser

Enfim ...

resumidamente,

sou tão somente,

tudo aquilo que escrevo

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 25/06/2009
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T1667088