Dois homens...
Dois homens caminhando...
Um notavelmente bêbado,
o outro aparentemente sóbrio,
Caminhavam em silêncio.
Incompatibilidades físicas.
Às vezes os corpos se chocavam,
não por conta do outro,
mas do bêbado,
e o silêcio, sagrado.
Parecia haver uma compreensão
naquele vai e vem.
A retidão em que o outro andava,
soava com um ar de respeito,
e eles caminhavam...
Cada passo,
uma revelação!
E então o momento crucial se revelara
tocando minha percepção:
Ao atravessar a rua,
os corpos se chocando,
não por conta do outro,
mas do bêbado,
o outro toca-lhe o braço,
convidando o bêbado ao outro lado,
e naquele balanço e retidão,
percebi:
Ele o ama!
Não o bêbado,
o outro.