UMA ROSA ENTRE OS SEIOS

Sobre o corpo desnudo da virgem,
O branco lençol cobre o lugar,
No qual o prazer costuma habitar,
E onde a vida tem sua origem.

Há preso em seu corpo um desejo,
Mais forte do que sua resistência,
E tantas vezes turva a consciência,
Permitindo entregar-se num beijo.

Sua volúpia concentra-se na libido,
Deixando-a majestosa e sedutora,
Trata do amor somo a sua autora
Sem mediar à vontade dos sentidos.

Uma sensual e bela rosa vermelha,
Entre seus seios, tranqüila descansa,
Deixando antever alguma esperança
Como a luz que no seu ventre espelha.

Contudo, entre tantas, é mais uma flor.
Abraçada por outras flores vermelhas,
Num leito de onde eclodem centelhas,
De seu próprio fogo desafiando o amor.

Marco Orsi