BEMALAMOR
BEMALAMOR
Pleno de emoção,
o facão açougueiro
crava fundo no liberto infinito,
na perpétua chaga.
Os silêncios dos infinitos interiores clamam em estertores.
O ego treme,
aterrorizado o superego geme
sob a força bruta do caos,
do repentino desmame.
A furiosa saga de Eros em erros,
ao impulso do fogo cruzado do bemalamor,
em ondas de fantasias libidinais,
ancora no cais dos mares do leite materno...
O sentimento oceânico se agita.
Sempiterno-apaixonado,
Édipo grita
a angústia da separação inaudita,
implora pela amamentação sanguinária,
abjura a tortura, a desleita, a castração, a sina maldita.
O coração pulsa louco
e eis, então, o broto da catástrofe e da reparação,
dê ao pai;
vence a mãe!
Homem e mulher anelados, alados.
PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS
Campinas, é inverno de 2009.