A Conversa em dia

Finalmente ... o fôlego.

Felizmente a Paz e a Serenidade que necessitava.

Ausentes por muito tempo,

Aqui estou eu, no meu próprio reencontro.

Tão verdadeiro, quanto à caneta que dança no papel.

Entre perdas e vitórias, fracassos e conquistas,

Atingi, novamente, a condição de ser humano, de gente !

Desde que nos separamos, que perdemos contato,

Trilhei difíceis caminhos e enfrentei enormes tormentas.

Na maioria, frutos da minha própria escolha e teimosia,

E as demais, ocultos desafios, surpreendentes e dolorosos.

Tomamos distância um do outro, já não o via mais, e,

Continuaste o mesmo. Doce, sensato, pacífico e coerente.

Enquanto tomei um rumo distante, fantasioso, irreal,

Despojando-me, pouco a pouco, das minhas virtudes,

Adquirindo defeitos de caráter, quase irremediáveis.

Tonto dentro do turbilhão que eu mesmo criei,

Fruto do meu livre arbítrio, minha total responsabilidade,

Deixei passar oportunidades únicas, que nunca retornam.

Permiti a intromissão de pensamentos errôneos,

De condutas impulsivas, imediatistas, inconseqüentes.

Dizendo coisas que não devia, fazendo coisas que não queria.

Sendo obrigado a colher e a conviver com os amargos frutos,

Plantados pela ausência de discernimento, perdendo o tempo

Precioso, da única juventude que me foi oferecida de graça.

Sobreveio, então, o despertar espiritual através dos instintos,

Da sobrevivência até a busca de um motivo justo para viver.

E através de pontiagudas e dolorosas descobertas enxerguei

O caminho de volta, longo, parecendo inatingível o seu fim.

Mas consegui reencontrar o atalho, amaldiçoado por muitos,

E Bendito por Deus !

Por Alexandre Boechat

Em 01 de Junho de 2006.

Alexandre Boechat
Enviado por Alexandre Boechat em 01/06/2006
Reeditado em 21/09/2006
Código do texto: T167121
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