EXERCÍCIO MATINAL
Seguro nas pontas dos dedos no novo dia,
um escuro de medos.
Reflete certa energia
(que deve vir)
do recordar de um parágrafo
ou talvez seja, em devir,
motor de um culto ágrafo,
um mal sabedor,
que rompe, cria cores
ou notas silenciosas
que prorrompe dores
ocultas e pastosas.
Mas antes que quaisquer lembranças me divida,
acordarei do que foi me dito
em algum passado
e verterei aos olhos,
numa simples sacudida,
raios de sol eufônicos
na luz deste instante alforriado.
2006
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