Poema de mar

Busco-te horizonte

Tateando com olhos ávidos

O infinito breu da estrada adiante,

Infinita passarela que recolhe todas as matizes de cores

Que saem dos olhos meus

Busco-te horizonte longínquo

Compreendendo-te o vazio

Silencioso e ocioso

Conduzindo o navio

Pra ventos incertos em ondas sem sal

Mais que nunca

Busco-te na noite profunda,

Lá adiante

Pronto para receber o sol que brilha

Refletindo em quilhas de naus

Busco-te as marés

Embebidas em teu amargor

Vendo-me em auroras efervescentes

Pois que, de mar é minha vida

E ao mar a devolverei

Não a terra seca

Do meu nordeste amado,

Cujas labaredas infindas

Devoram a sede de orvalho das folhas

Mas, nos braços macios e alvos

Das ondas que conquistaram

A seca e aflituosa agonia

Do meu coração