autofagia

o que me deste senão

o perceber de um corpo

que se arrasta em dores,

um gênio abominável,

mãos vazias e pés trôpegos?

deste-me também uma distância

monótona e incômoda

que ora se traduz em amor exponencial

ora em uma enorme culpa vivencial

o que me prostra a vagar

sem achar o prumo da razão

e não me recolhes novamente

ao ventre de ilusões

para que eu me insurja diariamente

me contorcendo ante os horrores

dessa utopia chamada vida

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 02/07/2009
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