Cardiometria
Maldita essa muralha construída,
Em torno do ego castigado.
O fabricante de valsas houve por bem,
Para proteger a fragilidade de sua alma,
Constuir uma fortaleza contra os outros.
Em lugar de pedras seculares e concreto,
Usou humildade, palavras de duplo sentido,
Adjetivos depreciativos e sarcasmo.
Não obstante, travestiu-se de douto sábio,
E distribuindo suas bêncãos aos parvos,
Julgou os inssuretos, e absolveu os bajuladores.
O fabricante esconde fraquezas tamanhas,
Que fariam estupefatos seus defensores.
O fabricante quebrou a todos os espelhos,
Para não poder ver sua própria face,
E ter a ilusão plena de sua perfeição.
Inventou sentidos novos para as palavras,
Saqueou daqui e dalí formulas antigas,
E jurou ser a mais nova forma de arte.
Mas algo aconteceu.
Uma fissura em seu império.
Algo de humano começa a aparecer.
E por detrás de toda a carnificina,
da língua e da música,
aparece uma melodia em pianíssimo,
Que um dia colocará por terra,
Todos esse conceitos tôscos,
E toda essa cultura de almanaque.