Cardiometria

Maldita essa muralha construída,

Em torno do ego castigado.

O fabricante de valsas houve por bem,

Para proteger a fragilidade de sua alma,

Constuir uma fortaleza contra os outros.

Em lugar de pedras seculares e concreto,

Usou humildade, palavras de duplo sentido,

Adjetivos depreciativos e sarcasmo.

Não obstante, travestiu-se de douto sábio,

E distribuindo suas bêncãos aos parvos,

Julgou os inssuretos, e absolveu os bajuladores.

O fabricante esconde fraquezas tamanhas,

Que fariam estupefatos seus defensores.

O fabricante quebrou a todos os espelhos,

Para não poder ver sua própria face,

E ter a ilusão plena de sua perfeição.

Inventou sentidos novos para as palavras,

Saqueou daqui e dalí formulas antigas,

E jurou ser a mais nova forma de arte.

Mas algo aconteceu.

Uma fissura em seu império.

Algo de humano começa a aparecer.

E por detrás de toda a carnificina,

da língua e da música,

aparece uma melodia em pianíssimo,

Que um dia colocará por terra,

Todos esse conceitos tôscos,

E toda essa cultura de almanaque.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 02/06/2006
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