Hoje eu quero aplausos

Hoje eu quero aplausos

chega de bandeiras, pessoas e matos

o que fazemos aqui é poesia de fato

me origino da incógnita

anseio como todos pela resposta

fazer poesia é nosso barato?

então entorpeça-nos com seu pânico

sim,sim somos os últimos românticos

vamos fazer moda, ser a moda

de modo que mudaremos conceitos

status, pose respeito

deixe disso!, fotografe

ficar calados isso sim que é gafe

solte seu grito, é dele que eu preciso

eu quero a loucura exposta

a vida pouco dura e é dura

para quem se encosta

saia do casulo bata as asas

nos encante,

e antes que eu esqueça

vou-me embora pro samambaia

respirar ar fresco

ter com os de lá um terço

de prosa, boa conversa

e por mais que eu pouco meça

esforço táctil

quero encontrar no lábio

muito aconchego

e se faço hoje despejo

de eufemismos

que ao verso só fazem confeito

saibam que movem sutis deidades

que ao ouvirem-me, ao lerem-me

logo sabem que na enclise

o que me separa do verbo(amar) não é o hífen

mas prá que ortogramatilidades

pois pra ser bucólico

eu preciso demais teor alcoólico

meu sentir é tão oblíquo

quão análogo se apresenta meu estilo

porém

Vou-me embora pro samambaia

ter um papo cabeça

com os de lá

mas terei saudades

e cantarei a eles quantos amigos tenho cá

e se a rima por hora destoa

minha mente jamais á toa

tento ser o mesmo

e é isto que me enjoa.

FERNANDES OLIVEIRA

Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 04/07/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1681804
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