Labirinto

É assim que me sinto

Sorriso de louco!

Que desaparece aos poucos

Demorei pra botar a cara a tapas!

Se é que tive cara

Neste deserto Saara!

Só os loucos escrevem!

Só escrevem bem os inconformados!

Pois os normais freqüentam piscinas

Atingimos o ápice do conforto!

Para os que nascem mortos

O que isto importa!

Pra escrever bem

Preciso estar de mal com o “mundo”

Falar de amor!

Sim! Isto me enobrece

Mas são tantos amores

Isto me empobrece!

Tentaram me impor o fracasso

Mas quem tem nervos de aço

Acaba ressuscitando

Gosto de brincar com as palavras!

Minha alma destrava

Continuo navegando!

Já estive a um passo da eternidade

Mas lindas saudades

Trouxe-me de volta!

Este labirinto

As vezes me deixa cansado!

Mas nunca travado

Lindas frases podem se transformar!

Num revolver engatilhado

Nas mãos de um bêbado ou de um drogado!

Minha cabeça uma fonte de lindas palavras

Agora não tem mais jeito!

Se eu tentar reprimi-las

Elas explodem no meu peito!

Sou o “poeta” do absurdo

Do nada eu crio tudo!

Declamando pra “surdos mudos”!

E a caneta até chora

Com a ausência daquele que lhe deu azas!