Àquela Menina...
A moça sorri com dentes brancos,
Lábios lascivos levemente levantados,
Olhos pudicamente pintados,
Equilíbrio escorado sobre tamancos.
Que bonita seria
Se não fosse rameira,
Puta, vadia...
Minto,
É bela essa menina
Que ascende ladeira:
Melhor explícita “sujeira”
Do que virtude afetada.
Sinto
A tristeza que sentes
Por não ser mesmo
Amada,
Comida a esmo,
Dignamente estuprada.
Porém, és admirada
Neste fugaz instante.
Não, não levantes
A saia amarrotada.
Só quero tua
Inocência
Lúbrica e nua
Essência
De perfume barato.
Toma o dinheiro, querida...
Sim, és mulher da vida,
Adjetivo perfeito.
Vives por inteiro
Esta existência
Sem jeito,
Esta vida vazia.
Adeus, amasia.
Jamais serás esquecida...