Ão Ão
O cão que morde
nas canelas do poeta
de lilases calças flamejantes
a horda raivosa vociferando
de infelicidades próprias projectantes
O cão persegue a cor
é um esteta
a multidão segue obtusa
Intolerâncias
prenhe de invejas e quiproquós
globais obesos escravos
Redundâncias
O poeta morde o cão
numa orelha
vão ambos em perfeita comunhão
mordendo com gosto
a ordem velha
dentada após dentada
Revolução