Cubo

Nos meus dias de pólvora

Não há tempo para explodir

Nos meus dias de lança

Quem sangra sou eu

Entre ônibus, faces e rascunhos

Pago a prazo, minha felicidade

A cada momento, um cásulo esquecido

Construo caminhos

Que vão dar até onde posso ir

Não acredito nem em minhas palavras

Minha alma é concreto, em qualquer lugar

Em pequenos instantes que fogem de mim

À noite, da estratosfera, aceno

Num sono desbotado e debochado

Onde tudo é real, exceto o dia seguinte

Ricardo Villa Verde
Enviado por Ricardo Villa Verde em 07/07/2009
Reeditado em 28/08/2012
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