ETERNAS SOMBRAS
ETERNAS SOMBRAS
Panorama das perdidas paixões,
eternas sombras derrotadas, sem surpresas, lançadas violentamente ao solo.
Almas ávidas pela intolerância da dor bradam:
_ Ó paixão, ó paixão, olhai os nossos corações roídos de dor. Eles vertem sangue sem cor. Das nossas bocas rezadeiras, cirandeiras, feiticeiras jorram as abundantes espumas negras da desesperança; da vida ida, jamais serenada...
Paixão,
Abrigo dos pálidos desesperados,
Lago das águas turvas dos suicidas,
Deserto de pedras pontiagudas, cortantes, e os joelhos dobrados,
Campo de semeadura infértil,
Gruta de peçonhentos répteis,
Tenda dos amputados, dos lazarentos sem quaisquer alentos, acalantos...
E com a flecha do ciúme cravada nos corações, vozes suplicam feito oração:
_ Pai, por que, sem compaixão, nos atirastes ao chão?
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é inverno de 2009.